Há pouca, quase nenhuma chance, de a Confederação Sul-Americana de Futebol voltar ao número previsto de vagas do Brasileirão para os times daqui. O mais certo é que fiquem apenas três lugares mesmo. Por que isso?
Simples. A CBF tem apenas um voto no comitê executivo da Conmebol - e em decisões assim, costuma perder por 9 a 1, de goleada. Ainda mais se for considerado que, pelos critérios atuais, uma vaga a mais para brasileiros, significa tirar uma de algum outro país, para manter o limite de 32 equipes na Libertadores.
O retrospecto não ajuda.
Vocês devem lembrar do que ocorreu na discussão sobre os jogos na altitude de La Paz. Antes das últimas Eliminatórias, a Fifa decidiu que haveria um limite para jogos na altitude, o que deixaria La Paz e seus 3,6 mil metros fora dos jogos entre seleções.
Aos poucos, por pressões da própria América do Sul, a questão foi rediscutida e, no debate dentro da Conmebol, só o Brasil ficou ao lado da Fifa. As outras nove confederações firmaram posição contrária, mantendo as partidas em La Paz.
Nesta questão das vagas, será assim também - até porque o Brasil é considerado dominante no continente e isso sempre provoca solidariedade entre os outros.
Se as regras fossem mantidas, o Brasil poderia ter até sete equipes na próxima Libertadores (Inter, último campeão, Santos, vencedor da Copa do Brasil, um eventual vencedor da Sul-Americana, mais os quatro do Brasileirão).
É evidente que as outras confederações não vão concordar, na reunião marcada para o próximo dia 18, a menos que a própria Conmebol tome a decisão para si - o que é bastante improvável.
De qualquer maneira, há inúmeras sugestões para resolver o impasse, muitas delas partidas de leitores.
Um deles, Paulo Roberto T. Sanchotene leu um projeto interessante em um blog assinado por Felipe Catarina, que é o seguinte, e o enviou ao blog:
PLANO DE MUDANÇA
“Para convencer a Conmebol em favor do G-4 do Campeonato Brasileiro na Libertadores, o caminho é propor-se o simples e não mudar o número de vagas de nenhum país.É possível.
Para isso, basta que a Pré-Libertadores passe a ter 14 clubes, ao invés dos 12 atuais. E para que ninguém pense que se deseja encher a competição de brasileiros, sugira-se que o campeão da Sul-Americana entre na Pré-Libertadores e enfrente, obrigatoriamente, uma equipe de seu país. Assim, evita-se sete brasileiros na fase de grupos (sendo que seis já é o máximo atual).
Eis como ficaria:
(a) Fase de Grupos (25 clubes) - Campeão da Libertadores, mais BRA e ARG (três cada), BOL, CHI, COL, ECU, PAR, PER, URU, VEN e MEX, todos com dois times cada.
(b) Pré-Libertadores (14 clubes) - Campeão da Sul-Americana, mais BRA e ARG (dois) e um de BOL, CHI, COL, ECU, PAR, PER, URU, VEN e MEX.
Atenção: a única real mudança são os argentinos perderem temporariamente uma vaga direta à fase de grupos. Temporariamente, pois basta que vençam a Libertadores para recuperá-la. Nesse caso, quem perderia seria o Brasil.
Para agradar os argentinos e ficarem todos contentes, que se conceda duas vagas a mais para a AFA na Sul-Americana, eliminando-se a vaga do campeão (que já irá para a Libertadores), e deixando-a com a mesma representação que a CBF”.